Clássicos da Literatura

Vários filmes e séries foram feitos baseados nessa história. Em 2008 a BBC lançou uma minisérie; Roman Polanski lançou o seu Tess em 1979 com uma linda Natassja Kinski aos 19 anos; e outras versões em japonês, indiano e com outros títulos mas baseado na mesma história.

História clássica, o livro que eu li foi essa versão adaptada pela Abril Coleções, do autor Thomas Hardy com apenas 215 páginas e mais um apêndice de apoio ao texto. As partes importantes foram descritas aqui nesta história que foi polêmica à época do lançamento em 1891. A personagem começa adolescente, passa por tragédias pessoais, se casa e não consuma seu casamento, tem uma família desestruturada, comete um crime e paga por isso. Acho que o texto completo poderia descrever melhor esse arco de redenção da personagem, que aqui não existe. Quero ler mais textos desse autor. Trecho do livro: “A tendência irresistível, universal e automática de procurar, em algum lugar, o doce prazer, que permeia todas as formas de vida, da mais miserável à mais elevada…”

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Bate-papo com o Leitor =)

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O livro As Boas Coisas da Vida do capixaba Rubem Braga, com 187 páginas trás crônicas do autor. É mais um bate-papo sobre o que anda acontecendo, o quê as pessoas contam; como ele mesmo diz, “Fraca é a minha imaginação; não sei inventar nada, nem o enredo de um conto, nem o trecho de uma peça; se tivesse imaginação, escreveria novelas…”

Ele conta histórias da cidade onde nasci – Cachoeiro de Itapemirim – mas o melhor conto é Um Passeio a Paquetá. Ele não precisa de imaginação para descrever o cotidiano. =)

Trecho da crônica Homem Olhando a Janela Alta: “…Com o quê, quebrou-se o encanto e fiquei na calçada, vestido de terno escuro, com a barba crescida e uma vaga dor de dente…um homem que olhou a alta janela, depois baixou a cabeça, caminhou lentamente, dobrou a esquina, lá se foi o homem.”

 

Série YA*

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Da autora Kiera Cass, com 361 páginas, o livro A Seleção faz parte de uma trilogia mais um extra. É uma distopia, onde as famílias são divididas por castas e algumas garotas foram escolhidas para uma seleção de futura Rainha. O prêmio: um príncipe.

A parte política da história não foi muito bem desenvolvida, o príncipe é um garoto fraco, a personagem principal é chata. Não existe nenhum personagem envolvente, nem mesmo o vértice do triângulo amoroso, o pobre guarda Aspen. O foco é realmente a história da Cinderela: a menina pobre que encanta o príncipe e ainda fica na dúvida…

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A Elite, segundo livro da série, com 354 páginas, é muito mais do mesmo. As garotas continuam se preparando para ser escolhidas pelo príncipe. Agora são apenas seis garotas e a personalidade do príncipe se torna mais dúbia, principalmente para a personagem principal, porque só temos a visão do que acontece nessa área. A história é contada pelo ponto de vista da América, que não tem muito senso de responsabilidade, faz o que tem vontade, apesar de pobre é muito mimada e muito indecisa em relação aos dois jovens. O seu primeiro namorado aparece pouco, apenas pra mostrar ela gosta ter uma segunda opção caso a primeira não dê certo. E a parte política também não é contada porque cada vez que os rebeldes invadem o palácio, a personagem está em algum lugar seguro e não podemos saber o que está acontecendo. =/

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A Escolha, o terceiro livro da série com 347 páginas é a finalização de uma história divertida para adolescentes. O príncipe virou rei. O namorado “estepe” escolhe outra garota. Os rebeldes se revelam – surreal – até uma das meninas morre. A personagem principal melhora um pouco e se torna mais forte – o possível para uma adolescente. Acho que não ficaria cansada das mesmas coisas se fosse um livro só.

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Contos Universais

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A Coleção Para Gostar de Ler, nesta edição de 1988, foi uma das minhas séries favoritas quando criança. O volume 11 traz contos de autores famosos e o meu conto favorito foi A História de Keesh, do Jack London. SURPRESA! Só li um livro dele e não gostei, mas o conto é muito bom. Claro que tem Poe com seus suspenses, Maupassant com suas tragédias bem contadas. Recomendadíssimo. Leia a história dessa coleção. =)

Essa coleção da Ed. Atica, teve 47 volumes e vários autores, alguns desenhos e um suplemento de estudos para ajudar a analisar os textos.

HQ Nacional

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A HQ O Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues, com 69 páginas e desenhos de Gabriel Góes, foi enviado às bibliotecas escolares pelo programa FNDE. Mesmo sendo uma adaptação, acho o texto pesado para o público de séries iniciais. Nem mesmo as ilustrações são para o público infantil.

O texto fala de incesto, traição, uso de palavrões e todo o linguajar típico do Nelson, conhecido pelas adaptações de seus textos no teatro, na televisão e no cinema. Não li o texto integral, portanto  achei o texto meio confuso, como se faltasse informações importantes; alguns diálogos, talvez. Acho que o próprio Nelson iria proibir esse texto em escolas. =)

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Outra forma de contar uma história

Ana e Pedro - Cartas

Quem cresceu nos anos 80 já passou pela experiência MARAVILHOSA de se corresponder por meio de cartas! O livro Ana e Pedro – cartas é um novo conceito de se contar uma história. Os autores Vivina de Assis, de São Paulo e Ronald Claver de Minas Gerais criaram dois personagens e uma correspondência real entre eles: trocaram cartas desses personagens durante um tempo e transformaram em livro. Idéia boa e que funcionou muito bem nesse caso. A história de 84 páginas não tem começo – bem, tem a primeira carta – e você usa a imaginação para dar um fim à história de dois adolescentes que tentam transmitir emoções em palavras escritas. Vale a pena ler. =)

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Para chorar litros :(

O livro Querida Sue da autora Jessica Brockmole, de 2013 com 255 páginas, se passa paralelamente em dois momentos da história: em 1912, período da primeira guerra e 1940 período da segunda guerra. Vemos a Sue Jovem se apaixonando durante a guerra e depois vivendo isso através de sua filha no cenário da Escócia. E toda a correspondência dessa época se dava por meio de cartas ❤

O título do livro me incomodou – o original remete à ilha onde mora a poetisa Sue. A casa da capa realmente parece mostrar a paisagem descrita no livro. A história tem algumas inconsistências que não desmerece todo o romance e a nostalgia de quem já viveu essa loucura de esperar um envelope por dias e dias… Chorei…os do

Trechos do livro: “Sei que eu nunca poderei enviar esta carta; ela vai acabar na lareira, no instante em que eu terminar de passar as palavras para o papel…ensinado que uma carta nem sempre é apenas uma carta. As palavras na folha são capazes de inundar a alma.” “um livro é um jardim carregado no bolso.”

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Romance em forma de Poesia

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O livro de 1986 Janela do Sonho, da autora Patricia Bins, com 144 páginas, pode ser lido solo, mas é o último volume da Trilogia da Solidão. Li apenas este, porque estou tentando ler mais autores nacionais contemporâneos. Ela tem uma forma poética/dramática de contar a história da derrocada da família de Maria, o abandono de seu marido, o suicídio de sua filha, o casamento fracassado de seu filho, a revolução nas ruas de seu bairro e sua casa caindo aos pedaços. A capa é um óleo sobre tela de Ado Malagoli. Não combina com a história, mas é bela.

Trechos do livro: “…parei desde criança para a luta, para a conquista de posições justas e humanas. Filho de gente humilde, conheci na carne o câncer social…talvez por isso ainda não tenha tido tempo de amar uma única mulher. Não acredito em casamento  institucional ou em “tradição, família e propriedade” nos moldes atuais.”

Desconstruindo Simone…

É meu primeiro contato com a famosa Simone de Beauvoir, no livro Memórias de uma Moça Bem-Comportada, com 335 páginas, nesta edição de 1958. O tradutor diz que é uma autobiografia. Então… choquei!! Porque a autora é conhecida por seu feminismo descrito em sua mais famosa obra “O Segundo Sexo“, e neste livro ela se mostra muito religiosa, que não tolera os pecados alheios, que mesmo após desistir da religião, continua carola e achando a pureza do casamento  como único caminho aceitável.  O começo é descritivamente chato: ela passa oitenta páginas contando dos seis aos oito anos de vida! Ninguém é tão filosoficamente chato aos oito anos! Tudo bem que ela se formou em Filosofia, mas quando conta parte de sua trajetória dos dezessete aos vinte, mostra-se alienada, como alguém que não quer saber aonde a família consegue dinheiro pra pagar seus estudos, ou como a guerra ao redor do mundo (na época) poderia influenciar vidas. Tão egoísta que plagiou seu primeiro trabalho no colégio e achou que não fez nada de mais. Pegava livros emprestados com amigos e bibliotecas e esquecia de devolvê-los! (OMG!) Suas amigas tinham namorados aos vinte e ela não gostava de imaginar intimidades com nenhum homem. Conta sua briga com a família, porque não gostava dos modos simplistas do pai e tinha vergonha da mãe, que falava-lhe verdades: ela gostava mais das amigas e faria tudo pelas amizades, mas não pela família. Ela passou pra mim uma inteligência no modo de produzir seus textos: primeiro procure saber o que está sendo mais procurado, depois escreva isso.

Vou tentar ler outros textos dela, porque esse não me convenceu como real; parece ficção.

Trechos do livro: “…proibiam-nos de brincar com meninas desconhecidas: era, evidentemente, por não sermos da mesma laia. Não tinhamos o direito de beber , como toda a gente, nas canecas penduradas às fontes; vovô dera-me uma concha de madrepérola…” “Sentava-me na poltrona de couro, ao lado da biblioteca de pereira escura, fazia estalar nas mãos os livros novos, respirava-lhes o cheiro, olhava as figuras, os mapas…” Falando de seu pai: “Ele apreciava acima de tudo a boa educação e as belas maneiras; entretanto, quando me encontrava com ele num metrô, num restaurante, num trem, sentia-me incomodada com seus gritos, suas gesticulações…”