Me lembra Gasparzinho

O livro A Mediadora da autora Meg Cabot, é o primeiro volume da série e conta a história de Suze que é capaz de fazer uma ligação entre os vivos e os mortos. Em outras palavras, ela vê pessoas mortas. A Mediadora  é essencialmente tudo sobre a voz da personagem. A autora descreve a mente de uma adolescente, quase jovem, mas cansada depois de uma vida inteira lidando com fantasmas, que se muda pelo país para uma vida de coisas “novas”: nova cidade, nova família, nova escola, novos amigos, novos amores e, naturalmente, novas pessoas tentando matá-la. O ponto de vista em primeira pessoa de Suze é falador e revelador, e seu toque de garota ingênua, mas má, realmente traz sua história para uma vida realista, apesar dos elementos paranormais. Pense em  Buffy, a caçadora de vampiros, série adolescente dos anos 80, só que menos inteligente. Tola na melhor das hipóteses e suicida na pior, ela nem nota que não usa a melhor técnica de mediação. Suas habilidades de comunicação, especialmente com os mortos, são abomináveis, e somente com sorte (e normalmente uma ida ao hospital) ela é capaz de realizar seu trabalho em algum sentido da palavra. Mas tem a parte de seu doce romance com Jesse e suas aventuras fantasmagóricas, embora violentas. Os episódios não são bonitos, mas são divertidos. Jesse, o fantasma quente que divide o quarto de Suze,é bem legal infelizmente tem muito pouco tempo na história. Esta é uma grande decepção, já que ele é divertido. Já o vilão é apenas um antagonistas, que está lá pra provocar Suze.

Não pretendo ler o restante da série.

Mistério previsível

O livro Sereias (Siren) da autora Tricia Rayburn conta a história de Vanessa que viaja com sua família para Winter Harbor, Maine, em todo verão. Vanessa sempre sai com sua irmã Justine, que pula entre namorados e acrobacias para chamar a atenção e é muito destemida. Elas são amigas de uma família na casa de veraneio ao lado da deles. Os Carmichaels conhecem a família Sands há muito tempo, e os meninos Carmichael são inseparáveis de Justine e Vanessa desde o primeiro dia em que se conheceram. Num verão no final da adolescência de Justine, a família Sands chega a Winter Harbor e revê os meninos Carmichael pela primeira vez novamente, eles iniciam uma nova tradição pulando de Chione Cliffs. Vanessa ainda teme a água e a altura, mas Justine e Caleb não têm medo e continuam pulando dos penhascos. Eles não param até que Vanessa recebe um grande corte na perna em meio a ondas turbulentas e céus tempestuosos. Com o tempo tão ruim, os adolescentes precisam desistir. No dia seguinte, Justine não está mais lá. Ela quer logo ir à costa da praia local e acontece um acidente. Vanessa e seus pais ficam chocados e não sabem como reagir com a morte de Justine. Principalmente Vanessa. Parece impossível que Justine tenha pulado na água sozinha. Mas por que ela faria isso?Vanessa vê que sua autoestima está muito baixa, mas ela entende a necessidade de se reencontrar e fazer as pazes com o que aconteceu com a irmã. Ela mostra muita iniciativa tentando se afastar um pouco da família e ter um pouco de paz. Ela se vê arrumando um emprego, amigos e investigando seu relacionamento com Simon.

Impressões de leitura: A capa é o nome do livro já deixa flagrante sobre o que é a história, o que implica que esse fato é descoberto no início do romance, certo? Na realidade, leva muuuito tempo para a personagem principal sequer pensar na possibilidade, demora a admitir que ela existe, o que me faz sentir ranço da Nessa. Também tem um problema de previsibilidade porque o ritmo lento de Siren torna muito fácil para o leitor determinar a maioria das reviravoltas na história antes que elas ocorram. Você sabe o que vai acontecer, mas passam capítulos e capítulos até acontecer, deixando de surpreender o leitor. Não pretendo ler a trilogia.

Ficção científica? 👽

O livro O Pântano das Borboletas do autor argentino Federico Axat conta em 416 páginas a história de Sam, um menino de doze anos, que conta seus problemas passados no verão de 85 em Carnival Falls, junto com seu amigo Billy.

Estão acontecendo episódios confusos de desaparecimentos de pessoas ano após ano em Carnival Falls. Mas onde alguns veem tragédias desconexas, outros dizem que há um padrão comum e que algo mais sombrio do que acidentes está por trás deles.  Juntos eles passarão por essa intrincada passagem da infância para a adolescência, um caminho de aprendizados e revelações, e embarcarão, quase sem querer, em uma aventura que poderá levá-los a descobrir a verdade por trás dos desaparecimentos.

Impressões de leitura: Não é fácil ser crível um romance com protagonistas crianças. É muito difícil encontrar o ponto exato da linguagem para que seja, porque ou a linguagem é muito elevada para uma criança dessa idade, ou pelo contrário é muito infantil e o episódionãofaz parte do conhecimento de crianças.

Aqui Sam, que faz o papel de narrador, também tem o incentivo de uma infância muito difícil, mora com uma família que se dedica a buscar e cuidar de filhos adotivos. Uma família rígida e disciplinada, mas em que as relações com os demais “irmãos” nem sempre são fáceis, principalmente se entre eles houver aquele que, com cara de criança boa, colaborativa e obediente, no fundo é um agressor perigoso e ninguém faz nada.

Sam tem flash esse do desaparecimento de sua mãe. Como se isso não bastasse, devemos acrescentar a presença de um homem que acredita na presença de alienígenas na área, que seriam os responsáveis por alguns misteriosos desaparecimentos de pessoas na área. Esse final, que nem é o ponto forte da história e que serve apenas para compreender mais sobre respeitar o outro, entender sobre as várias formas de amar e exercitar um pouco de empatia.

Sobre Cuidar de Si Mesma

O livro A Casa Vazia da autora britânica Rosamundd Pilcher conta a história de Virgínia, uma jovem de 27 anos viúva e com dois filhos, quer mudar o jeito em que vive: ter a vida comandada por outras pessoas. Na adolescência ela sofreu uma desilusão amorosa e levada pela influência da mãe acabou casando com um homem rico, que lhe deu dois filhos mas não o amor conjugal. Ela aceitou viver esse casamento de conveniência, tendo a vida comandada pela sogra, uma mulher muito rica, fria e tradicional. Ao retornar à região rural onde conhecera Eustace, seu amor da adolescência, Virgínia vê a chance de recuperar o tempo perdido com um homem a quem pode amar. Porém ela não é mais a adolescente que obedece à mãe e existem as crianças, que precisam de cuidados.

Um romance escrito com muita leveza.