E o Navio Revive

O livro O Navio Arcano da autora americana Robin Hobb é o primeiro de uma série de fantasia intitulada The Liveship Traders, com 864 páginas,  ambientada no mesmo mundo da impressionante trilogia de Hobb,  O Aprendiz de Assassino de 1997. O navio mercante Vivacia, de propriedade e capitaneado por Ephron Vestrit da cidade de Bingtown, é construído em madeira mágica: uma vez que três gerações de Vestrits tenham morrido a bordo, a madeira mágica irá “reviver”, tornar-se senciente e será incorporada em seu movimento com a figura de proa falante. Dois Vestrits anteriores faleceram; agora Ephron está morrendo, tendo entregue a capitania a seu arrogante e inexperiente genro Kyle Haven e não a sua sucessora natural, a sua segunda filha Althea. Kyle, por sua vez, manda buscar seu filho Wintrow, a quem entregou para a igreja para ser sacerdote de Sá, mas ele deseja apenas permanecer em seu mosteiro. Ephron morre, Vivacia revive e torna-se amiga de Wintrow. Kyle expulsa Althea do navio, porque ela se sente injustiçada, e começa a treinar brutalmente o relutante Wintrow e organiza o transporte de escravos. Enquanto isso, o capitão pirata Kennit nutre ambições de capturar um navio vivo; algumas serpentes marinhas inteligentes têm seus próprios planos; A viúva de Ephron, Ronica, deve pagar uma dívida paralisante com os mágicos Rain Wild, colocando em perigo sua neta, a adolescente teimosa Malta; e Althea planeja recuperar seu navio. 

Não precisa pedir uma atmosfera melhor em uma história de fantasia com piratas, serpentes marinhas e figuras de proa falantes, e  os personagens também são um grupo bastante interessante mesmo não sendo um grande elenco.

Althea foi realmente interessante de ler por causa de sua determinação e realizações, apesar de muito irresponsável. Ela, sem dúvida, teve o maior crescimento de personagem neste primeiro livro, viajou sob a bandeira de seu pai desde criança e sempre teve a impressão de que o Livership se tornaria sua posse e amiga. Kennit é um pirata conspirador e movido pelo poder e, embora faça coisas boas, ele as faz para seu próprio ganho pessoal, e também um pirata sombrio, charmoso e bonito que tem um amuleto Wizardwood no pulso que fala, e ele também quer ser o rei de todos os piratas. Ele também deseja comandar um Liveship. Ele decide fazer um acordo com seu primeiro imediato de que toda vez que eles tentarem pegar um Liveship eles terão que liberar a carga de um navio negreiro. Maulkin e suas companheiras serpentes marinhas não me deu curiosidade. Aqui não existe bem ou mal, mas sim velho versus novo e resistência à mudança. Eu gostei muito do rapazinho Wintrow. Se Fitz tocou meu coração, acho que Wintrow será um fardo emocional semelhante em sua mente pelo drama e pelo que o destino reservou para ele. Contra seu juramento, mas forçado pela vontade de seu pai, ele se afasta da vocação de Sa, à qual sua vida foi dedicada.  

Por outro lado, o enredo deste primeiro romance é incrivelmente lento, e um de seus principais fios nem sequer se conecta com nada até o final. Outros fios, como o das próprias serpentes, efetivamente não levam a lugar nenhum em todo o livro e, embora sejam importantes mais tarde na trilogia, sua inclusão aqui parece bastante sem objetivo. 

Prefiro a capa internacional,  acho essa capa daqui muito “tempestade”.

Promete uma coisa, entrega outra `\_(=/)_/’

O livro The Diabolic da autora SJ Kincaid conta a história de um robô-humanoide chamado Nemesis, que foi criada para proteger a filha de uma família muito rica e com inimigos políticos. Esses seres criados são chamados diabólicos e tem uma única tarefa: matar para proteger a pessoa para quem foi criado.

Nemesis é um Diabólico adolescente e só sabe proteger Sidonia, a filha de um senador galáctico. As duas cresceram lado a lado, mas não são de forma alguma irmãs. Espera-se que Nemesis dê sua vida por Sidonia, e ela o faria com prazer. Ela também tiraria quantas vidas fossem necessárias para manter Sidonia segura.

Quando o poderoso imperador descobre que o pai de Sidonia está participando de uma rebelião, ele convoca Sidonia para a corte galáctica. Ela deve servir como refém. Agora, há apenas uma maneira de Nemesis proteger Sidonia. Ela deve se tornar ela. Nemesis viaja para o tribunal disfarçada de Sidonia – uma máquina de matar disfarçada em um mundo de políticos corruptos e filhos de senadores com duas caras. É um ninho de víboras com ameaças por todos os lados, mas Nemesis deve manter suas verdadeiras habilidades em segredo ou arriscar tudo.

À medida que o Império começa a se fragmentar e a rebelião se aproxima, Nemesis descobre que há algo mais nela do que apenas força mortal. Ela encontra uma humanidade mais verdadeira do que encontra na maioria dos humanos. Em meio a todo o perigo, ação e intriga, sua humanidade pode ser o que salvará sua vida(sic) e o império.

Tramas sobre tramas sobre tramas. Há traição, um pouco de romance, mais romance e uma dose de politicagem. Há violência. Violência sangrenta. Nemesis é uma assassina à sangue frio, e ela só pensa em matar, mesmo sem precisar. Foi assim que ela foi feita. Ao longo de tudo está a questão do que torna algo humano – se apaixonar?

Impressões de leitura: não é justo com garotas queer mais jovens que estão procurando esse tipo de narrativa, pela sinopse e depois de alguns capítulos, não tem mais envolvimento entre as duas. Parece que a autora mudou de ideia no meio do caminho. O romance é clichê, um robô assassino com ciúmes da garotinha frágil! O livro se passa no espaço, mas o leitor até esquece disso. Forçado. Tudo. Não pretendo continuar a série.

Sobre Perda e Memória

O livro Tigana a Lâmina na Alma, do autor canadense Guy Gavriel, conta a história de uma cidade. A história se desenrola através dos olhos de Devin, que é convidado para o grupo de conspiradores para corrigir um erro cometido contra a nação de Tigana e seu povo. A relativa inocência de Devin sobre a situação tem a ver com essa história. Quando Brandin de Ygrath atacou Tigana para expandir seu império e dar a seu filho Stevan um lugar próprio para governar, o impensável aconteceu. A pacífica e artística nação Tigana resistiu, e Stevan foi morto em uma batalha decisiva. Com uma raiva tomada pela dor, Brandin destruiu as maravilhas de Tigana e lançou um feitiço que tornou o nome Tigana incapaz de ser ouvido por qualquer pessoa, exceto um nativo de Tigana. Com efeito, destruindo a alma do país e a vontade de seu povo, tornando impossível lembrar ou mesmo saber sobre Tigana, exceto entre eles. (Me lembrou Um Estranho Sonhador, que a cidade foi destruída e ninguém consegue falar o nome dela).

Tigana sempre foi uma nação orgulhosa, que mantinha a crença fervorosa de que era favorecido pelo deus Adaon. Em vez de se renderem ao filho de um tirano, eles fizeram uma última resistência que traria consequências no futuro. Brandin de Ygrath não se contentou em simplesmente conquistar Tigana, em sua raiva e dor. Ele derrubou suas esculturas e sua arte. Ele derrubou as Torres de Avalle. Ele renomeou suas terras em homenagem ao seu maior inimigo e nomeou sua capital em homenagem ao filho que mataram. E o pior de tudo, ele usou sua poderosa feitiçaria para apagar a existência deles da memória. Ninguém podia ouvir o nome Tigana. Ninguém conseguia se lembrar da orgulhosa cidade à beira-mar. No que diz respeito à maioria das pessoas, Tigana sempre foi o Lower Corte.

Todos, exceto aquelas poucas pessoas que não podiam ser tocadas pela feitiçaria, foram feitos para esquecer. Silenciosamente e sutilmente, os sobreviventes de Tigana encontraram seus próprios meios de rebelião. Alguns acendiam uma única vela nas Noites das Brasas, um desafio aos deuses da Tríade que permitiram que sua orgulhosa terra caísse. Outros enviaram seus filhos ao mundo, armados com uma pista ou uma música que só poderia ser reconhecida por outros cidadãos de Tigana. Eles sabiam que sua esperança e o futuro de sua nação estavam com seus filhos.

Quinze anos depois, alguns que escaparam do banho de sangue juraram matar Brandin, restaurando a província ao seu nome legítimo e o herdeiro exilado Alessan ao seu trono. Posando como músicos viajantes, depois como comerciantes, o pequeno grupo de conspiradores traça seus planos e reúne forças até a hora certa. Enquanto isso, desconhecido para todos, a concubina favorita de Brandin é filha de Tigana, e também jurou matá-lo, mas é incapaz de agir contra ele. Esses tópicos da trama chegam a um clímax convincente, mas o cenário colorido do romance quase rouba o show. 

Impressões: em toda literatura de fantasia antiga, este está longe de ser perfeito em seu retrato das mulheres. O autor queria criar uma narrativa sobre a opressão e seu impacto na vida privada dos oprimidos. Ele explora esse tema pelas lentes da sexualidade e como ela pode ser usada como meio de rebelião. Embora esse tópico possa ser interessante, nem sempre envelhece bem, especialmente por apresentar distorções. E os arcos de caráter de algumas das mulheres estão enraizados em estereótipos.

Manipulação alienígena

O primeiro livro da Trilogia Legado, Os Cem Mil Reinos, da premiada autora J.k. Jemisin conta em 378 páginas a história de Yene, líder de uma nação no Extremo Norte, quando ela desce ao céu para uma reunião familiar, convocada por seu tio, que vai anunciar o herdeiro do trono. Uma vez que ela chega ao Céu, ela é inesperadamente colocada na corrida como herdeira de Dekarta Arameri devido à sua herança de ser meio-Arameri por parte de mãe e é envolvida sem querer na intriga política do Céu, com seus nobres cruéis, deuses cativos e segredos ocultos e se vê presa sem possibilidade de fuga. Seu único caminho é conseguir aliados.

Gostei muito de Os Cem Mil Reinos , embora não goste de histórias que ficam indo e voltando no tempo. Yeine poderia ter um pouco mais de caracterização de líder- ela é meio adolescente arrogante, mas os deuses cativos do Arameri são muito divertidos de explorar. Alguns deles nem merecem o foco que recebem, mas Nahadoth e Sieh são alienígenas o suficiente para serem interessantes e o suficiente manipuladores para fazer o leitor simpatizar. Ainda prefiro a trilogia da Terra Partida.

Biografia ou Relatório? ‘\_(=/)/’

O Livro Minha História ( Becaming) da Michelle Obama que foi a primeira-dama afro-americana dos Estados Unidos entre 2009 e 2017 – e a primeira a ser uma forte defensora da educação para meninas, do empoderamento das mulheres e da saúde e bem-estar dos cidadãos americanos. A primeira parte do livro mostra a vida anterior da primeira-dama – detalhando através de belas histórias suas experiências de infância, educação, maternidade, o início da carreira política de seu marido e suas campanhas por saúde, igualdade. Michelle mostra as cenas de sua infância crescendo no South Side de Chicago com seus pais, Fraser e Marian Robinson. Foi durante esses anos que ela começou a aprender o que era ser uma jovem independente sob os cuidados de sua família, estudando em boas escolas por meio de bolsas de estudo, tendo aulas de piano e francês, indo para a França com a turma. Ela explora seu tempo na Universidade de Princeton e na Harvard Law School, bem como seu início de carreira no escritório de advocacia Sidley Austin, onde conheceu seu futuro marido, Barack Obama. Até aqui o livro é divertido, interessante, empoderado.
        E aí entramos na segunda parte onde Michelle documenta sua jornada desde o início de seu casamento, até o tempo de Barack como presidente, até o fim da presidência de Obama, mostrando ela tentando equilibrar seus deveres como primeira-dama com seus compromissos pessoais e maternais. Como ela cita no final, ela não se lembrava dos detalhes, então usou trechos dos relatórios da Cia, da assessora, para descrever as situações durante seu período de primeira dama. Me decepcionei com a mudança de “tom”, onde ela começa a se preocupar com o que os “outros vão pensar” e o empoderamento enfraquece. Foi difícil terminar a leitura.
        “Becoming” também foi transformado em um documentário da Netflix que foi lançado em maio de 2020, que segue Obama enquanto ela embarca em sua turnê de livro e lança mais luz sobre seus oito anos na Casa Branca. 

Um Trono para a Rainha

O livro A Rainha de Tearling da autora americana Erika Johansen conta em 352 páginas a história de Kelsea, única herdeira do trono Tearling, que foi criada por uma família adotiva durante a maior parte de sua vida. Já se passaram muitos anos entre a morte de sua mãe, a infame rainha Elyssa, e a própria coroação de Kelsea. Quando a Guarda da Rainha chega em seu décimo nono aniversário no chalé onde Kelsea e seus pais adotivos estão escondidos nos arredores do reino de Tearling, ela não tem escolha a não ser ir com eles e governar Tearling por quantos dias ela puder sobreviver. Entre os querem sua morte está seu tio ganancioso que quer o trono para si, o misterioso e perigoso Fetch, um líder de um grupo de bandidos, e a poderosa Rainha Vermelha do reino vizinho, com o objetivo de fazer Tearling se curvar diante dela. O reino está em ruínas – os bandidos querem tirar vantagem e ganhar o controle para si mesmos, e os mocinhos são tão cautelosos em evitar mais danos que, a menos que Kelsea possa provar ser uma força poderosa para o bem, ela está em perigo até mesmo das pessoas que deveria estar do lado dela. Será preciso um milagre para corrigir todos os erros feitos por sua mãe em Tearling – Kelsea é esse milagre, ou ela é apenas uma garota perdida que foi enganada por toda a vida? Kelsea deve ganhar a confiança e a lealdade da guarda de sua rainha e de seu capitão Lazarus, conquistar seu povo e enfrentar obstáculos que variam de uma igreja corrupta, um fora-da-lei popular e uma guilda de assassinos empenhados em acabar com sua vida, mas ela é empurrada para a responsabilidade e espera-se que salve todo o reino.

SPOILER: A magia não aparece até 70% das páginas e depois é algo que Kelsea toma emprestado de uma safira, ao invés de possuir um poder mágico. E nem sabe como usar. As referências à cultura moderna são desconcertantes, sem qualquer contexto sobre o porquê de citar livros como “Senhor dos Anéis” ou “J.K.Rowling” existirem nesta narrativa. Não sabemos onde essa história se passa, mas tem referências a nomes e lugares da América ou Europa. O livro tenta ser feminista, onde todo vilão é um escravizador, um estuprador ou um pedófilo; às vezes todos os três, mas as mulheres não são empoderadas e qdo podem , fazem as mesmas coisas que um homem. Os pensamentos das personagens são masculinizados, pensando mal das formas do corpo de uma mulher ou da vaidade de outra.

Existe uma igreja pseudo-cristã, onde tudo que vemos é sua hierarquia corrupta e ganância geral, dando à rainha motivos para menosprezar qualquer um que acredite em deus, apesar do fato de que na sociedade medieval real, a igreja era frequentemente a fonte de entretenimento, cultura, estudo e até cuidados médicos. Isso é contraditório porque a rainha está bastante preparada para acreditar instantaneamente e agir de acordo com visões misteriosas que ela começa a receber de gemas mágicas; até mesmo esperando que outros seguissem sua liderança após revelar o poder da safira sem nenhuma evidência além de sua palavra!

Como se comunicar?

O livro O Mistério do Caminhão Fantasma do autor nacional Robinson Damasceno dos Reis conta em 75 páginas uma história jornalistica sobre um roubo e a falta de comunicação.

Em Bicudópolis, cidade onde não ocorria um assalto havia mais de 30 anos, de repente acontecem três em poucos dias. Mas o que intriga o bravo repórter Rodrigo é o fato de terem sido roubados apenas alimentos e gêneros de primeira necessidade, e não o dinheiro no caixa dos estabelecimentos. E, apesar da concorrência dos colegas Leila, da rádio Bic, e Amaral, da TV Mundo, Rodrigo desvenda o caso e depara com um drama social do Brasil dos dias de hoje. Nas páginas finais, um texto informativo fala sobre a importância dos meios de comunicação no dia-a-dia das pessoas. e como a mídia pode mudar a mente das pessoas sobre um assunto. Gostei da forma que o autor mostra a curiosidade como uma ferramenta de descobertas, o governador que faz poesia, os sem-terras que são ajudados por um “Robin Hood” que tira de quem têm pra ajudá-los.

Imperio Romanceado

O livro Memórias de Adriano, da escritora belga Marguerite Youcenar, é uma autobiografia imaginária do imperador romano Adriano que escreveu textos que não sobreviveram até a publicação. Publicada originalmente em 1951, foi o livro de Youcenar, baseado em várias pesquisas que a tornou internacionalmente conhecida.

O romance é escrito em primeira pessoa, em forma de uma carta testamento, escrita por Adriano e endereçada a seu neto adotivo, o futuro imperador Marco Aurélio. Na carta, o imperador produz confissões como se fosse um monólogo e assim faz um balanço de seu próprio tempo e existência, de modo que conseguimos acompanhar suas memórias pessoais como se fosse história oral contada à um escriba, descrevendo o retrato de uma época, em rigorosa reconstituição histórica. Sua narrativa associa filosoficamente dimensões sociológica e psicológica, política e romanesca, já que seus envolvimento com homens e mulheres são citados como os grandes jantares: parte da vida.

O professor Nilson Adauto Guimarães da Silva, que escreveu um artigo sobre o livro, diz que “…para Yourcenar, “Adriano foi um gênio político: inovador sem demagogia, legislador com maleabilidade, conservador e visionário. E um grande helenista que traduzia os poetas gregos, o ponto de contato em todo o império romano com o pensamento e a arte gregos. Adriano é visto como o exemplo perfeito do imperador romano, mais humanista que Augusto e mais político que Marco Aurélio, o homem completo que anuncia o príncipe do Renascimento: ao mesmo tempo jurista e artista, estrategista e político, sábio e cínico, erudito e voluptuoso. A atuação de Adriano é vista no plano de uma filelenização do império romano, como absorção por Roma e suas províncias de um fermento intelectual que só Atenas detinha. Adriano afirma em sua carta: ‘Foi em latim que administrei o império; meu epitáfio será talhado em latim sobre a parede do meu mausoléu, às margens do Tibre, mas em grego terei pensado e vivido’. O grande mérito de Yourcenar, nestas Memórias, está no próprio procedimento de reconstituição imaginária: a restituição da voz própria de Adriano”.”

Gosto de textos históricos romanceados, usando intuição para preencher os espaços que aparecem durante a pesquisa. Gosto da escrita da autora, mas me incomoda ela gastar meia página para contar a primeira batalha que ele vence e depois, muitas páginas pra descrever uma caminhada, viajando e analisando seus dois acompanhantes, que nem são importantes pra história, já que um morre pouco depois e o outro não aparece mais no livro!! Gosto da desconstrução do Homem/imperador para um “gente como a gente” que ele tenta passar nas cartas. Vale a pena a leitura 😊

Indico o vídeo da Aline com explicações fantásticas https://youtu.be/OyPTm0EpJ2g

Ela se perdeu tentando ser fada :/

O livro O Rei Perverso da autora Holly Black continua a história de Jude, a humana que mora no reino das fadas. Em 308 páginas vemos que Jude fez um acordo com Cardan e tem 1 ano e 1 dia de poder sobre ele, o mais novo grande rei de Elfhame e tenta cumprir os planos de manter o trono de seu irmãozinho, evitando a guerra com o povo do mar e ainda garantir que a coroa não seja roubada de Cardan, que não faz nada certo pra se manter no trono. Cardan aparece pouco aqui, o foco é a intriga política entre o povo do ar, da água e das sombras, com Jude perdida porque ela acha que não pode confiar em ninguém da sua família, ela não tem amigos, ela está mais sozinha do que no primeiro livro. Ela não aceita que esse não é e nunca será seu mundo.

Não gostei do primeiro livro da série e disseram que o segundo era melhor. Eu esperava mais da humana que foi humilhada pelo povo do ar, que queria treinar espada e lutar, passar o tempo apaixonada, ficando vermelha, e repetindo a frase “… se eu fizer isso eu sou idiota…” e vai lá e faz!!! Eu esperava mais de uma garota ambiciosa que conseguiu enganar o rei pra tomar conta da política do reino e continua sendo humilhada pelo povo do ar!!

Fé +política = guerra

O livro A Magia da Aurora, finaliza a trilogia Ciclo Nessântico e conta o fechamento da história em 656 páginas. Agora já se passou muito tempo da ruptura entre Alessandra e seu filho, que ocupa o trono de Firenzia. Nessântico está prestes a viver seu momento mais sombrio. Atual ocupante do Trono do Sol, a kraljica Allesandra se vê obrigada a engolir o orgulho e possivelmente ceder o poder para o filho e rival político Jan, agora que a cidade está outra vez sob a ameaça dos tehuantinos, mesmo inimigo que deixou um rastro de destruição sem precedentes pelo reino, há mais de uma década. Allesandra precisa das tropas de Jan, mas talvez a salvação da cidade também dependa da revolucionária experimentação científica realizada por Varina, agora líder dos numetodos, os hereges que provocaram um cisma na Fé de Concénzia. Nesse tênue equilíbrio entre as forças políticas de Nessântico, surge Nico Morel, o líder carismático de um grupo de ténis, cuja visão ultrarradical vai abalar os cada vez mais frágeis alicerces religiosos de Nessântico. No encerramento do Ciclo Nessântico, volto à minha idéia de que essa história não é sobre personagens, mas sobre a cidade. Nessântico é a personagem principal, que se vê julgada por sua fé e invadida e destruída por fanáticos tehuatinos e numetodos. Nem a fé em Cenzi consegue salvar a cidade. Vale a pena a leitura.