O mesmo tema.

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O livro O quadro da Menina de Azul, de Susan Vreeland, com 174 páginas, vem falar do mesmo tema de outro livro que li (ver post) sobre o pintor holandês Veermer, famoso por suas poucas obras e muitas falsificações. Mas o primeiro capítulo em primeira pessoa, o segundo com narrador oniciente, o terceiro com narrador fazendo parte da história….

A ficha catalográfica diz “Romances: Literatura Norte-americana“. Na orelha do livro diz: “…narra neste romance…organizada em oito episódios…” “No primeiro capítulo…”  E então… é um livro de contos…

Tive que reler os dois primeiros “capítulos”. São 8 contos sobre o mesmo tema: uma tela atribuída a Veermer em que uma menina vestida de azul olha pela janela. Gostei de apenas dois deles. Em um dos contos, o quadro é de um soldado alemão que recolheu de uma família judia durante a guerra. Em outro o quadro é de um homem casado que mantém o quadro por o faz lembrar de um amor da infância.

A autora é professora de redação criativa na Califórnia e um de seus livros foi transformado em filme.

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La Pelle

Ler um drama, me coloca todos os sentidos no mesmo estado de espírito: triste. =/

O livro A Pele de Curzio Malaparte, de 1972, fala das agruras da Segunda Guerra. Com 369 ´páginas nesta edição “Os Imortais da Literatura Universal” da Abril cultural. Acho que esse livro roubou o trono do Perfume de Patrick Süskind como descrições mais nojentas e repugnantes da literatura.

O autor começa oferecendo uma homenagem aos companheiros de armas “mortos inutilmente pela liberdade…”

Ele descreve a peste que assolou a Italia durante à guerra, ele descreve às injúrias sofridas pelos italianos, ele descreve o fim da guerra onde não há comemoração porque o vulcão Vesúvio faz vítimas por toda à parte. Só drama. O único humor é o do narrador em primeira pessoa – com o mesmo nome do autor, em que não pensei em pesquisar para certificar o fato – mas é um humor negro, mórbido, onde os italianos têm que se curvar aos “salvadores americanos”.

Trechos do livro: “Há uma profunda diferença entre a luta para não morrer e a luta para viver….lutar para viver é uma coisa humilhante….só para salvar a própria pele…” “O patriotismo do povo italiano está todo lá, no púbis. A honra, a moral, a religião católica, o culto da família, tudo está lá, entre as pernas.” “Todos sabem que raça de egoístas são os mortos. Só eles existem no mundo, os outros não contam. São invejosos….Desejariam que todos…fôssem como eles, cheios de vermes e de órbitas vazias…”

Outros trechos muito bons para serem lidos neste mês do horror. Quer resenha? Clique aqui.