La Pelle

Ler um drama, me coloca todos os sentidos no mesmo estado de espírito: triste. =/

O livro A Pele de Curzio Malaparte, de 1972, fala das agruras da Segunda Guerra. Com 369 ´páginas nesta edição “Os Imortais da Literatura Universal” da Abril cultural. Acho que esse livro roubou o trono do Perfume de Patrick Süskind como descrições mais nojentas e repugnantes da literatura.

O autor começa oferecendo uma homenagem aos companheiros de armas “mortos inutilmente pela liberdade…”

Ele descreve a peste que assolou a Italia durante à guerra, ele descreve às injúrias sofridas pelos italianos, ele descreve o fim da guerra onde não há comemoração porque o vulcão Vesúvio faz vítimas por toda à parte. Só drama. O único humor é o do narrador em primeira pessoa – com o mesmo nome do autor, em que não pensei em pesquisar para certificar o fato – mas é um humor negro, mórbido, onde os italianos têm que se curvar aos “salvadores americanos”.

Trechos do livro: “Há uma profunda diferença entre a luta para não morrer e a luta para viver….lutar para viver é uma coisa humilhante….só para salvar a própria pele…” “O patriotismo do povo italiano está todo lá, no púbis. A honra, a moral, a religião católica, o culto da família, tudo está lá, entre as pernas.” “Todos sabem que raça de egoístas são os mortos. Só eles existem no mundo, os outros não contam. São invejosos….Desejariam que todos…fôssem como eles, cheios de vermes e de órbitas vazias…”

Outros trechos muito bons para serem lidos neste mês do horror. Quer resenha? Clique aqui.

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