É Fácil ser Feliz aos 20

O livro Os Europeus do autor Henry James é um classico e conta a história de dois irmãos que saem da Europa para viverem na América do século XIX. Eugenia, filha de expatriados americanos, é a esposa morganática (casamento entre um príncipe e uma pessoa de situação inferior, que fica excluída das dignidades de nobreza. Assim se diz também dos filhos desse casamento) de um príncipe alemão, que será obrigado a divorciar-se dela em favor de um casamento estatal. Ela e seu irmão artista, Felix, viajam para Boston para conhecer parentes distantes, primos de seus pais falecidos, em parte na esperança de que um dos dois, possa fazer um casamento rico. Ao se encontrarem com seus familiares, são convidados a se hospedar na propriedade da família, onde o romance se transforma em uma comparação de atitudes, contrastando os costumes americanos com os europeus. Este é um romance clássico, traz leveza e positividade, sobre perda e amor e como encontrar a felicidade na sociedade em mudança. Também discute as diferenças sociais e culturais entre a América e a Europa. A história está repleta de sutilezas sociais educadas, como a forma como as pessoas se comportavam na sociedade da época, onde nãohavia intimidadenem entre a família. A Eugenia que é casada com um príncipe, que está muito acima de seu status e por isso todos querem que ela se divorcie dele discretamente, mas ela espera fazer fortuna na América para merecer melhor o estatuto do seu marido e, no final, terá de decidir se regressará à Europa para ficar com o marido ou se começará de novo na América.

O livro mostra muito a diferença entre as sociedades da América e da Europa: o amor é mais importante na Europa, enquanto a América é mais obcecada por dinheiro e entregava ao mundo as suas melhores invenções: o telefone (1876, Alexander Graham Bell) e a lâmpada (1879, Thomas Edison). Certamente a busca por dinheiro também traz progresso.

Esse romance é considerado “o mais feliz” escrito pelo autor, porque os romances posteriores de Henry James foram provavelmente influenciados por seus longos períodos de depressão e reclusão.

Errou na idade…

O livro O Sol é Para Todos da autora americana Harper Lee é um clássico dos anos 60 e se tornou uma lenda por ter sido o único livro da autora, mesmo que seus rascunhos tenham gerado um segundo livro. Em 349 páginas conta na voz da menina de oito anos, a história de seu pai advogado que decide defender um negro, ficando contra toda a cidade. A história das brincadeiras da menina com seu irmão e um amigo, as idas para à escola, a falta da mãe suprida pela babá negra, à ida aos serviços religiosos. Toda a visão dela fica “envernizada” com um quê de adulto. Nenhuma menina de oito anos pensa assim. Por mais que os adultos tentam explicar porque não pode se vestir como menino e ela não entende, tenta salvar o pai de uma discussão conversando sobre moratória com o agressor. (!) Uma menina de oito anos que vê um homem mastigar tabaco e pergunta como a mulher dele consegue beijar ele!! Ela fala “num interrogatório não pergunte a uma testemunha sem saber de antemão a resposta era um princípio que eu conhecia desde que era bebê”. (?) Nem os estudantes de direito entendem isso de primeira, pelo amor!!

Passei a ler como se ela tivesse quinze. Foi o que salvou a história. =/ O título original “To kill a Mokinbird” remete à uma vizinha que deu uma bela lição nas crianças.

O filme tem seu foco no tribunal, no racismo e preconceito da cidade.

História Italiana

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O livro O Leopardo do autor italiano Tomasi Di Lampedusa é um clássico ďos anos 60, contando a versão romanceada de fatos reais da história italiana. Muita trama política e religiosa numa história que começa em 1860 e vai até 1910, contando um pouco da vida do Príncipe Fabrizio e seu séquito. Fiquei meio decepcionada com a trama, por ter assistido ao filme do diretor Luchino Visconti filmado em 1963, que coloca o personagem do ator Alan Delon como principal. No livro ele quase não aparece, apenas serve de ponte para as histórias do Príncipe. Mas o autor era um crítico literário então ele escreve muito bem, fez uma pesquisa histórica para descrever os fatos políticos, apesar de demonstrar não querer falar mal de seu país.

Trechos do Livro: “Esperava que Tancredi também os notasse e que se desagradasse perante esses traços reveladores de uma diferença de educação. Trancredi já os havia notado mas, infelizmente, sem resultado. Deixava-se arrastar pelo estímulo físico que aquela belíssima mulher oferecia à sua juventude fogosa e, digamos, ainda pela excitação dos cálculos que aquela moça rica produzia em seu cérebro de homem pobre e ambicioso.”

O filme no original  Il Gattopardo é um premiado filme de 1963 do diretor italiano Luchino Visconti, e estrelado por Burt LancasterClaudia CardinaleAlain Delon e Mario Girotti (Terence Hill) entre outros, o filme foi o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, no ano de seu lançamento. 

O filme recria a atmosfera vivida nos palácios da aristocracia durante o conturbado reinado de Francisco II das Duas Sicílias e o Risorgimento – longo processo de unificação dos Estados autônomos que originaram o Reino de Itália, em 1870. Essa parte é bem fiel ao texto do romance e o cenário político italiano é reconstituído com o intuito de interferir em dilemas dos personagens ficcionais.