O livro Bunny, da escritora canadense Mona Awad, conta a história de Samantha, que compartilha seu seminário de escrita criativa com as Bunnies, numa prestigiosa Universidade. As bunnies são um grupo de garotas ricas e superpróximas em vestidos espumosos que bajulam o trabalho umas das outras, constantemente se abraçam e se chamam de Coelhinhas. Usando vestidos estampados de gatinhos, frequentam um café onde toda a comida é em miniatura, desde os mini cupcakes até às mini batatas fritas. Samantha não é, por definição, uma coelhinha. Mas então um bilhete aparece em sua caixa de correio de estudante, sinistro e açucarado ao mesmo tempo. No começo Sam as odeia junto com sua amiga Ava. E então as Coelhinhas a convidam para um dos seus Smut Salons, ela é atraída para o seu mundo fascinante e fantástico, cheio de mistério sobre “de onde vem os meninos”. Contada sobre o ponto de vista de Samantha, ela categoriza cada uma em seu tipo muito raramente nomeando-as. Uma mulher personifica tanto um cupcake que é consistentemente descrita como comestível, a garota gótica, a garota mauricinha: esses estereótipos parecem tão reconhecíveis quanto os filmes adolescentes que aparentemente insistem que todos têm apenas uma identidade, como Meninas Malvadas. Ela também tenta insultar o curso de artes ironizando os seminários, o Smut Salon é inofensivo comparado ao que os Bunnies chamam de “Workshop”, que, explicam elas, é um projeto “experimental” e “intertextual” que “subverte todo o conceito de gênero” e também “o patriarcado da linguagem”.
A questão do que é real e do que não é real é uma grande questão ao longo do romance, tanto para Sam quanto para o leitor, e criou uma espécie de névoa na última parte do romance, ficando meio perdido, tudo muito subjetivo, parece que ela criou “a história secreta” só que com meninas ricas. Não pretendo ler outra história da autora.