Realismo Mágico ou Alucinação?

O livro A Estrela de Strindberg do autor sueco Jan Wallentin conta em 348 páginas a história de Don Titelman, um professor de história conhecido por suas pesquisas em símbolos e mitos, que é o anti herói, neto de uma sobrevivente do experimento do campo de prisioneiros da Alemanha nazista. Ele cresceu assombrado pela coleção de recordações nazistas de sua avó e por suas histórias horríveis sobre os experimentos realizados com ela, o que faz com que passe a história tomando uma série contínua de drogas que prescreve para si mesmo. Após o bizarro assassinato do mergulhador que descobriu o ankh, Don Titelman, é detido pelo crime, é misteriosamente raptado por alemães da Embaixada da Suécia e trancado com o sua esquisita advogada, que ele acabou de conhecer, numa adega. Eles escapam e ficam com a ajuda da estranha e reclusa irmã de Titelman, Hex, que literalmente vive no subsolo, tem acesso a conexões de alta tecnologia e transportes de emergência. A ação para entregar um artefato mágico, leva ao Ártico, onde Titelman descobre a verdade por trás de uma malfadada expedição de balão em 1897, durante a qual três homens morreram, incluindo o fotógrafo sueco Nils Strindberg, que dá título ao livro.

Felizmente, a história não depende de Don como personagem – ele apenas precisa seguir em frente com inimigos carregando ele, que está sob efeito de entorpecentes. E sua advogada passa a ser sua ajudante e é colocada em igual perigo. Don muda no final como resultado de poderes mágicos depois que ele, de fato, descobre sobre o inferno.

Best-seller na Suécia, Alemanha e França, o primeiro romance do jornalista sueco Wallentin é  No início, ele é uma alternativa divertidamente excêntrica aos mistérios sombrios pelos quais os suecos são conhecidos, mas quanto mais Wallentin se aprofunda nos seus conceitos grandiosos, que incluem a descoberta de uma antiga cidade enterrada no deserto de Taklimakan, na China, mais ele perde o fio narrativo: malignos esquemas nazistas, a mitologia nórdica, a lenda de Pompeia e uma expedição de balão ao Pólo Norte, conspirações secretas, poderes psíquicos, relíquias místicas antigas e visões mitológicas de um submundo, são companheiros narrativos neste extenso e fantasioso conto impulsionado pela busca desesperada de um ankh de metal, ou amuleto, descoberto em um cadáver em uma mina de cobre abandonada, numa narrativa sobrecarregada de explicações elaboradas que, na maioria das vezes, simplesmente retardam seu avanço. A explicação do pano de fundo do ankh e da estrela e como eles funcionam não é nada esclarecedora e parece durar para sempre. Às vezes, as pistas que seguem são meramente gratuitas. Há, por exemplo, grande alarde sobre uma nota com algumas citações de Baudelaire, mas, além da identificação do poeta com o mal, ele e seu poema dificilmente parecem relevantes. Na verdade, toda a exposição sobre a expedição de Strindberg em 1897, embora possa ser historicamente interessante, e até mesmo necessária para o enredo, nunca é apresentada de forma convincente. E para um historiador, pega mal ir a um hotel procurar por um documento antigo, que a funcionária do hotel diz que fica no arquivo da cidade!

O blurb citando o autor Dan Brown não é real, já que não me interessei por nada do “segredo”, não torci por nenhum personagem,  não gostei das referências judaicas, já que quem quer ler um drama sobre os judeus, procura um livro específico,  não um triller. A tradução das partes em alemão estão diferentes de quem aprendeu e conhece os termos usados. Não recomendo.

A capa parece bem feita, mas na página 60 diz que o artefato era “de metal não completamente liso, uma espécie de decoração se entrelaçava em relevo na superfície” – totalmente diferente do item da capa.