O livro O Movimento Romântico do autor suiço Alain de Botton conta a história de Alice, uma moça que prefere estar mal acompanhada a ficar sozinha, mas não aceita defeitos físicos ou feiura no seu alvo. A aparição do príncipe encantado na forma de Eric, homem atraente e bem-sucedido, seria a solução perfeita para seu problema, se não ocasionasse milhões de outros. Ela ainda é muito jovem pra se preocupar em ser solteirona, mas começa a comparar seus relacionamentos com o de sua amiga, e vê que duas pessoas em um relacionamento sempre andam em vias paralelas, que às vezes se cruzam em algo em comum, voltando cada um para seus ritmos próprios. Alice descobre que ninguém pode abrir mão da própria vida para viver a vida do outro. Mesmo não tendo problemas básicos- de dinheiro, de saúde, de família, no trabalho- Alice procura problemas no relacionamento, tendendo ao melodrama quando Eric não advinha o que ela quer ou está sentindo. Parece uma vida perfeita, que Alice abre mão, por querer viver um outro tipo de paixão.
SPOILER: mais um livro do autor, mas a surpresa do primeiro contato não se repete nessa fórmula reproduzível, mas que não causou o mesmo impacto. Se o autor retirasse do meio da história seus pensamentos e citações de vários filósofos sobre o amor e colocasse como nota de rodapé, o leitor não ficaria indeciso entre ser literatura ou ensaio filosófico. O título também é ambíguo propositadamente sendo tanto um tratado sobre os ideais estéticos de uma época, como o movimento gerado nas relações amorosas.