Nostalgia dos Anos 70

O livro Daisy Jones and the Six da autora americana Taylor J Reid, conta uma história escrita em formato de entrevista, onde membros de uma icônica banda de rock ‘n’ roll dos anos 70, Daisy Jones & The Six, detalham suas percepções individuais do que os levaram a se tornar uma banda de sucesso e como seus relacionamentos entre os integrantes influenciaram no seu término.

Daisy é uma garota que atinge a maioridade em Los Angeles no final dos anos 60, entrando furtivamente em clubes na Sunset Strip, dormindo com estrelas do rock e sonhando em cantar no Whiskey a Go-Go, clube moderninho. Ela acha sexo e as drogas tão emocionantes, evidenciando a liberdade, mas é o rock and roll que ela mais ama. Quando ela tem vinte anos, sua voz já está sendo notada e ela tem o tipo de beleza que chama atenção. Uma nova banda que está sendo notada é The Six, liderada pelo taciturno Billy Dunne, vocalista ex-viciado e em recuperação e aspirante a homem de família, já que durante a primeira turnê, sua namorada Camila descobre que está grávida e, com a pressão da paternidade e da fama iminentes, Billy enlouquece na estrada, tendo dúvidas entre ser bom e mau. Daisy e Billy se cruzam quando um produtor percebe que a chave para o sucesso é unir os dois. Quando Daisy se junta à banda, o grupo é catapultado para a fama, mas não sem custos. Ela se recusa a simplesmente entrar na linha e deixar Billy tomar as decisões artísticas. Ao fazer isso, ela não apenas enfurece o líder da banda, mas também dá um exemplo para outros membros que ficam muito felizes em começar a expressar suas próprias demandas.

A formação dessa lenda é narrada neste romance fascinante, escrito como uma história oral de uma das maiores bandas dos anos setenta.

Impressões de leitura: Me deu vontade de juntar todos os mesmos pov em um capítulo só. O formato do livro sendo entrevistas, as lembranças estabelecem as versões mais antigas desses personagens e de seus companheiros de banda como pessoas com esqueletos em seus armários, como cada um tinha uma “pior versão” e funciona muito bem para contar uma história através dos olhos de quem esteve envolvido com Daisy Jones & The Six, seja como membro da banda, jornalista, roadie ou engenheiro de som. O problema é que, quando existem tantas pessoas diferentes contando a mesma história, o leitor tem uma imagem mais abrangente do que aconteceu, mas também várias versões da verdade de cada um. Seria um narrador não confiável, só que com várias vozes.

A dinâmica entre os membros da banda é romantizada, parecendo incrível, como deve achar todos os fãs de banda. Acho os personagens um pouco estereotipados como, o vocalista talentoso que se acha, o guitarrista esquecido e ciumento do outro fazer mais sucesso, a linda intérprete viciada em drogas, o batera e a tecladista deixados de lado, e o leitor já sabendo que esta banda está condenada, que tudo vai desmoronar dolorosamente, ou terá um plot twist e depois de uma morte, a banda vai mudar e se reerguer. Há uma tentativa de “enemies to lovers” mas não convenceu.

O texto tem aquela vibração glamorosa dos anos 70, onde o espírito do sexo, das drogas e do rock ‘n’ roll mistura com a era “good vibes” dos hippies.

Já saiu a série baseada no livro, que usa a tempestuosa dinâmica criativa e pessoal da banda Fleetwood Mac para contar a história de uma banda fictícia anos 70 que se esgotou em vez de desaparecer. A série tem um elenco lindo de jovens talentos, excelentes detalhes de época e uma fonte ricamente pesquisada. Mas achei “Quase Famosos” mais divertido.

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